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terça-feira, maio 13, 2008

O Verdadeiro Luxo

O VERDADEIRO LUXO
Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeitodesce na estação do metrô. Vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-sepróximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmopara a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignoradopelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dosmaiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde osmelhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andarligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando nopescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo
sem etiqueta de grife.Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas
vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. A boa notícia é que pela primeira vez na história temos a chance - eu, você e quem mais quiser - de definir o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e
grifes. Não é mais um luxo o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser.O luxo se relativizou, cada indivíduo o percebe a seu modo.
Quer ver? Sabe quando você faz algo que lhe dá um prazer danado, mas que
acontece aqui e ali, bem raramente, e que por isso mesmo traz uma sensação de felicidade que transborda só de pensar?
Pois a experiência única, que evoca esse estado de espírito, é o tal luxopara chamar de seu. 'Ele ganhou um conceito mais flexível, que sedesvincula do valor das cifras dos produtos e se aproxima das experiências subjetivas, um luxo emocional', afirma o psicanalista Jorge Forbes.

Obs: o vídeo da apresentação no metrô está no You Tube.http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

LEMBRETE:Perdemos muito tempo de nossas vidas na tentativa de parecer o que nãosomos e esquecemos de simplesmente ser. O verdadeiro luxo é SER, overdadeiro lixo é não SER.

segunda-feira, maio 12, 2008

Agora eu sei...


Eu quero ficar perto

De tudo o que acho certo

Até o dia em que eu mudar de opinião

A minha experiência

Meu pacto com a ciência

Meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei

Eu adivinho sem ninguém ter me contado

Coisas que eu sei

O meu rádio relógio mostra o tempo errado

Aperte o play

Eu gosto do meu quarto

Do meu desarrumado

Ninguém sabe mexer na minha confusão

É o meu ponto de vista

Não aceito turistas

Meu mundo está fechado pra visitação

Coisas que eu sei

O medo mora perto das idéias loucas

Coisas que eu sei

Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa

É minha Lei

Eu corto os meus dobrados

Acerto os meus pecados

Ninguém pergunta mais depois que eu já paguei

Eu vejo o filme em pausas

Eu imagino casas

Depois eu já nem lembro do que eu desenhei

Coisas que eu sei

Não guardo mais agendas no meu celular

Coisas que eu sei

Eu compro aparelhos que eu não sei usar

Eu já comprei

Ás vezes dá preguiça

Na areia movediça

Quanto mais eu mexo mais afundo em mim

Eu moro num cenário

Do lado imaginário

Eu entro e saio sempre quando eu tô afim

Coisas que eu sei

As noites ficam claras no raiar do dia


Coisas que eu sei


São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei...